Projetos urbanos para cidades melhores

Quando falamos de cidades nos vem a mente grande prédios, muitas ruas e carros, uma vida agitada onde uma série de serviços são prestados, de comerciais aos por demolidora de casas.

No entanto, o fato é que, por conta da especulação imobiliária e da exploração do capital da habitação existe muito mais casa sem gente do que gente sem casa.

Por conta do espaço deixado por esse tipo de configuração urbana muitas pessoas migram para as periferias do centro, criando todo um ecossistema urbano que se distingue, se desenvolve e cresce culturalmente. Entretanto, se olharmos para os projeto residencial desses espaços vemos precariedade e falta de planejamento.

Esses problemas são compreensíveis, principalmente, pelo fato de que muitas dessas pessoas foram obrigadas a migrarem para estes pontos. Historicamente, o início das favelas no Rio de Janeiro foram assim.

Soldados que voltaram da Guerra de Canudos (1896 – 1897) que tiveram como promessa terra para lutar pelo governo, se viram sabotados pelo Estado brasileiro, e sem dinheiro e sem apoio migram para os morro.

Assim como em Canudos onde crescia uma pequena árvore chamada “favela” nas mais difíceis situações, essas pessoas foram sendo conhecidas como “faveladas” e seus agrupamentos como “favela”.

Por conta disso, a cidade cresceu e se desenvolveu gerando moradias sem condições boas e que geravam impactos ambientais, como a erosão de morros, falta de saneamento ambiental, gerando problemas como a proliferação de doenças como a varíola, que em uma tentativa de erradicação em 1904 no Rio de Janeiro, gerou uma revolta conhecida como Revolta da Vacina.

Apesar destes problemas muitos projetos estão sendo desenvolvidos por pessoas sérias e arquitetos e urbanistas que pensam nesta questão para resolver esses problemas urbanos. Existem portanto, alguns conceitos que precisam ser entendidos e projetos a serem conhecidos.

Na tentativa de entender este aspecto, este texto se propõe a apresentar os conceitos de renovação, revitalização e requalificação urbana na favela, e também apresentar projetos que interferem em comunidades carentes para trazer maior qualidade de vida e uma diminuição dos impactos ambientais existentes.

Renovação, revitalização e requalificação urbana

Nas ações urbanas alguns conceitos foram sendo criados para designar e estabelecer critérios para tal. Alguns termos são o de renovação, revitalização e requalificação urbana.

Estes termos são usados em situações diferentes, mas, com um único objetivo, de criar espaços urbanos mais íntegros.

1. Renovação

É um tipo de intervenção urbana que tem como objetivo reconfigurar o espaço, seja para criação de novas estradas, espaços para instalação de energia solar residencial, instituições culturais e espaços verdes.

No entanto, nem todas as renovações urbanas foram sucesso, sendo algumas sem sucesso por falta de dinamismo, e até mesmo contribuíram para a segregação espacial das cidades.

2. Revitalização

A revitalização busca recuperar espaços já existentes, dando atenção aos patrimônios históricos e ambientais de determinado local e a reestruturação dos núcleos urbanos.

Deste modo existem três vertentes importantes, os projetos arquitetônicos para novos empreendimentos dando usos novos para prédios antigos, o envolvimento da população para o desenvolvimento de políticas públicas nas zonas urbanas, e a integração de gestão compartilhada.

Um exemplo é parque High Line em Nova Iorque nos USA, que transforma uma antiga ferrovia em um parque elevado, integrando o:

  • Patrimônio histórico;
  • Uso popular;
  • Novas formas de interação;
  • Beleza urbana.

3. Requalificação

Este termo tem a conotação de ações que buscam a recuperação, proteção e reordenamento dos centros urbanos.

Portanto, é usado em comunidades carentes já que visam integrar as questões econômicas, ambientais como instalação de sistema fotovoltaico isolado e socioculturais para melhorar a qualidade de vida.

Buscam trazer para a favela as atividades urbanas e recuperar áreas degradadas e verdes, trazendo centralidade para a região.

Projetos arquitetônicos em comunidades carentes

Tendo em vista estes pontos é necessário conhecer alguns projetos que levam esses conceitos na prática e que melhoram a vida de comunidades carentes ao redor do Brasil.

O “Arquitetura na Periferia” foi criado pela arquiteta Carina Guedes, e visa a capacitação de mulheres de baixa renda de uma ocupação chamada Dandara em Belo Horizonte, Minas Gerais, para que estas possam construir e reformar suas próprias residências.

Sua iniciativa ajudou três famílias e tem apoio do Arquitetos sem Fronteiras e a ONG internacional Brazil Foundation.

Já a ONG Habitat para a Humanidade foi concebida por vários profissionais da arquitetura e prestam assistência construtiva e social, beneficiando mais de mil pessoas. O programa iniciou em 2013.

Assim, todos estes aspectos são importantes para pensar em centros urbanos para comunidades carentes mais integrados e coerentes.

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